Há muitas décadas existe uma matilha de cães errantes na Cidade Universitária. Esse grupo de animais se desloca por todo o campus, muitas vezes entrando na RFIB, devido aos buracos na cerca. Além de serem predadores de pequenos roedores, causando diminuição destas populações da mata, existem diversos relatos antigos e recentes de ataques a pessoas que entravam na Reserva e também em seu entorno. Portanto, se caracterizam como um problema ambiental, de segurança e de saúde pública.
Visando verificar a saúde física destes animais, em 2012, iniciou-se, em parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, um plano de intervenção, com captura, esterilização, vacinação, vermifugação e coleta de amostras de sangue, fezes e ectoparasitos para monitoramento sanitário. Após, os animais foram reconduzidos ao local. Este manejo foi imprescindível para o controle populacional deste grupo, haja visto que o tamanho da matilha tem crescido ao longo do tempo.
Em 2016 foi publicado estudo de dois anos que verificou que a população de cães livres variou entre 14 e 55 indivíduos, sendo identificada a presença de diversas doenças, inclusive de toxoplasmose em 60% da população, o que apresenta risco de transmissão também a humanos.
Diante disso, fica clara a importância da manutenção e cuidado com a cerca que delimita a Reserva e protege tanto a biodiversidade do local quanto às atividades lá realizadas.
Referências:
Guilloux, Aline Gil Alves. Monitoramento da população de cães errantes na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira. Tese (Doutorado) - USP/FMVZ, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, 2016.